{"id":111,"date":"2018-01-21T13:31:01","date_gmt":"2018-01-21T13:31:01","guid":{"rendered":"https:\/\/atinaliteratura.com.br\/?page_id=111"},"modified":"2018-05-17T12:25:38","modified_gmt":"2018-05-17T14:25:38","slug":"poesias","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/atinaliteratura.com.br\/poesias\/","title":{"rendered":"POESIAS"},"content":{"rendered":"\t\t
Vai a tarde<\/p>
Sozinho converso<\/p>
Ou\u00e7o a \u00e1gua, quero chuva<\/p>
Vou ao po\u00e7o<\/p>
E de l\u00e1 sai cristalina<\/p>
E o meu interlocutor que chora<\/p>
Porque ele \u00e9 fundo<\/p>
Caminho s\u00f3 pelas fabulas<\/p>
Que me contaram<\/p>
Pelos sonhos que constru\u00ed delas<\/p>
Caminho s\u00f3 porque para ti as palavras dizem outras coisas<\/p>
N\u00e3o tem vern\u00e1culo esse amor<\/p>
O Amor se sente s\u00f3<\/p>
Para que falar?<\/p>
Para negar a sorte de decidir s\u00f3, de sentir hoje<\/p>
Sem o amanh\u00e3 desvelado,<\/p>
E desmascarado enfim<\/p>
Que o vern\u00e1culo se torna dialeto em mim<\/p>
O dialeto da solid\u00e3o<\/p>
Por isso decido s\u00f3<\/p>
Com o aval da imperman\u00eancia,<\/p>
Ilus\u00e3o querida \u00e9 que a aceito<\/p>
E fujo da tradu\u00e7\u00e3o<\/p>
E aceito viver s\u00f3 com o sonho da hora<\/p>
em que a sem\u00e2ntica se encontra,<\/p>
E gozo como se essa hora fosse sempre<\/p>
Amor \u00e9 um caminho solit\u00e1rio<\/p>
Ainda quando se \u00e9 correspondido<\/p>
Al\u00edvio este amor que \u00e9 bastante,<\/p>
Amor que n\u00e3o espera<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Pra mim tuas palavras bastam<\/p>
Teu cheiro basta<\/p>
Teu corpo basta<\/p>
E a mim n\u00e3o me basta pouco<\/p>
Porque sou uma \u00e9gua agreste e apaixonada<\/p>
Meu cora\u00e7\u00e3o \u00e9 uma materia sem cobertura<\/p>
Massa de sentimento sem lacre<\/p>
Que vens a revestir com tua l\u00edrica forma<\/p>
\u00danica que o aquece,<\/p>
Teu amor envolveu meu cora\u00e7\u00e3o e o fechou com uma chave<\/p>
Que ganhaste\u00a0 no c\u00e9u<\/p>
No dia em nossas almas nasceram<\/p>
No fundo, meu cego e desprotegido cora\u00e7\u00e3o estava sempre esperando<\/p>
Mas s\u00f3 voc\u00ea o tomou nas m\u00e3os e o beijou<\/p>
Meu \u00fanico homem.<\/p>
Como beija meus p\u00e9s, minhas m\u00e3os e minha alma<\/p>
E somente tua boca poderia alcan\u00e7\u00e1-los<\/p>
E como me amansas recostando teu rosto<\/p>
Invadindo o espa\u00e7o em que repouso,<\/p>
Para respirarmos ternura<\/p>
Como um bicho<\/p>
E alimenta-me com a poesia de tuas palavras<\/p>
Sexo torvador<\/p>
Me entendes, amor,<\/p>
Como humano<\/p>
Mas ainda assim somos dois cavalos selvagens<\/p>
S\u00e1bios cavalos de bravura<\/p>
Com este amor doce e gratuito<\/p>
Com esta loucura indomada<\/p>
Que acalentamos com temperan\u00e7a e aceita\u00e7\u00e3o<\/p>
Tu \u00e9s minha\u00e9gide<\/p>
Meu macho , Meu inv\u00f3lucro<\/p>
E se contemplas o espa\u00e7o em que sobro<\/p>
Entender\u00e1s que somos somente candura<\/p>
A pureza da f\u00e9 que torna o eterno o poder de forj\u00e1-lo<\/p>
Como um futuro que se constr\u00f3i pela for\u00e7a da certeza que dele se tem<\/p>
F\u00e9 que surge do pertencimento<\/p>
Que sentimos como que por natureza<\/p>
Somos forma e conte\u00fado<\/p>
Mestres e disc\u00edpulos<\/p>
Pai e m\u00e3e e filhos<\/p>
Tempestade e abrigo<\/p>
Tu \u00e9s o leito em que quero repousar todas a noites<\/p>
Guardi\u00e3o do meu sono e dos meus sonhos<\/p>
Ladr\u00e3o eterno e incompar\u00e1vel de todas as\u00a0 minhas car\u00edcias.<\/p>
Dono de todo meu desejo.<\/p>
Meu.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Abro meu peito, se acomoda<\/p>
Ele \u00e9 teu, neste id\u00edlio, desde nascida<\/p>
E ent\u00e3o completa a roda<\/p>
Desta dan\u00e7a, que chamamos vida<\/p>
Assuma com desvelo ditoso<\/p>
Pois este \u00e9 seu ber\u00e7o, seu posto<\/p>
E sendo assim, guardi\u00e3o cauteloso<\/p>
Trar\u00e1s honra \u00e0 sua casa, seu repouso<\/p>
De mim ter\u00e1 o sangue quente<\/p>
Te aquecendo a pele, te acolhendo o riso<\/p>
E ainda que por formas indeciso<\/p>
Nunca ter\u00e1 d\u00favidas de que \u00e9 amor a mat\u00e9ria que sente<\/p>
E mesmo que por letras revele-se insano<\/p>
Te prometo que palpitar\u00e1 meu cora\u00e7\u00e3o sempre<\/p>
Com a sinfonia que o amor apresente<\/p>
A cada bom dia dizendo Te Amo.\u00a0\u00a0<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Achei que era amor<\/p>
Eram cartas de amor<\/p>
Era intensidade de amor<\/p>
Era verdade de amor<\/p>
Mas no final era somente um sonho de amor<\/p>
Sonho como muitos daqueles de quem s\u00f3 sabe viver na imagina\u00e7\u00e3o<\/p>
Queria que me amasse como quem tenta compreender<\/p>
Que me amasse como quem tende a gostar do que v\u00ea<\/p>
Que me amasse como quem tende a amar<\/p>
Mas n\u00e3o ama o presente quem vive do passado.<\/p>
Quem vive da fantasia, quem vive no mundo dos doces sonhos azuis<\/p>
E como se a imagina\u00e7\u00e3o n\u00e3o fosse bastante, para transformar as pedras da vida em degraus, insignific\u00e2ncias, m\u00e3os dadas<\/p>
Sobrou uma coisa, da pregui\u00e7a imaginada, pura e simples t\u00e3o sonhada, mas que \u00e9 teimosa<\/p>
A ilus\u00e3o dos sonhos irrealiz\u00e1veis<\/p>
E a infelicidade de quem nega a imagina\u00e7\u00e3o que tem vida.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Amigos de alma<\/p>
Conversa comigo<\/p>
Porque pude te dizer todas as coisas que queria que parecesse<\/p>
E no fim<\/p>
Ouvi de ti apenas o que disse nas entrelinhas<\/p>
E conversamos verdades por entrelinhas<\/p>
Embora quis\u00e9ssemos que parecesse<\/p>
Mas aquelas eram linhas t\u00e3o mais t\u00eanues<\/p>
Que falavas no sil\u00eancio<\/p>
Que escapava quando outra coisa tentava esconder<\/p>
Mas eu te amo mesmo assim<\/p>
Alias<\/p>
Te amo, te amo bem assim.<\/p>
Meu amigo.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Hoje<\/p>
Eu s\u00f3 quero um afago terno<\/p>
Um la\u00e7o novo<\/p>
Um pouquinho mais<\/p>
Hoje eu s\u00f3 quero uma verdade calada<\/p>
Uma mentira alada<\/p>
E um pouquinho mais<\/p>
Quero ter voc\u00ea no meu pensamento<\/p>
Leve<\/p>
E de vez em quando<\/p>
Voc\u00ea um pouquinho mais<\/p>
At\u00e9 que se torne meu<\/p>
Um pouquinho em mim.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Se queres ser delicadeza<\/p>
Baila menina<\/p>
Era tua for\u00e7a que estava gritando<\/p>
Envolve serena esta espada<\/p>
E tece com ela<\/p>
O fio da tua vida<\/p>
Mas doce<\/p>
Baila delicada<\/p>
Acolhe tua sorte em teu sorriso<\/p>
Que baila elevado<\/p>
Ilustre sorriso<\/p>
Batalha tuas guerras<\/p>
Mas permite<\/p>
Com brandura<\/p>
Seguir sorrindo<\/p>
E Baila menina<\/p>
Delicada<\/p>
E erguendo-se firme na ponta dos p\u00e9s<\/p>
Enche o mundo de ternura<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Aqui estou s\u00f3<\/p>
Tristezas<\/p>
Carrego todas<\/p>
As minhas e as tuas<\/p>
Se quer saber bem quem eu sou<\/p>
Cante a sinfonia do covarde<\/p>
Sinto que ando na corda bamba<\/p>
No limite entre o c\u00e9u e o inferno<\/p>
A um passo de fazer certo<\/p>
Mas passo n\u00e3o dado \u00e9 n\u00e3o passo<\/p>
Sinto que sei do que posso<\/p>
Mas penso e passo<\/p>
O passo<\/p>
Deixo pra depois<\/p>
E enquanto o tempo passa<\/p>
penso<\/p>
Se dou passo avante<\/p>
Ou se passo adiante<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Hoje meus rastros fizeram sentido<\/p>
E meus passos fizeram barulho<\/p>
N\u00e3o que n\u00e3o o fizessem<\/p>
Mas hoje a tarde estava particularmente quieta<\/p>
N\u00e3o me sinto grande nem pequeno<\/p>
Apenas interno<\/p>
Inteiro<\/p>
Ando por entre este asfalto e ou\u00e7o a sinfonia do meu sapato soar<\/p>
Parece que hoje n\u00e3o h\u00e1 vento<\/p>
Nem passageiros<\/p>
Somente meu carro segue a sorte por estas vias<\/p>
E sou o que retorna estrangeiro<\/p>
A este mundo onde sempre vivi<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Vieste dos campos frios<\/p>
Da mesa espa\u00e7osa dos insanos<\/p>
Filosofa errante na mesa dos insanos<\/p>
E l\u00e1, s\u00f3 l\u00e1 \u00e9 que esse encontro<\/p>
Que nem sequer pensamos<\/p>
Caiu em minha vida<\/p>
Que peda\u00e7os carrega dos meus sonhos?<\/p>
Irm\u00e3s n\u00e3o trazem sonhos<\/p>
Hermana<\/p>
Mas ajudam a sustentar o nosso sono<\/p>
E assim, ainda que distante ha um tempo<\/p>
\u00c9 t\u00e3o proximo alento<\/p>
E se a vida se constroi de tijolos<\/p>
\u00c9 parte do cimento<\/p>
Das minhas recorda\u00e7\u00f5es<\/p>
Retratos na parede<\/p>
Muitos risos derramados<\/p>
Escorridos<\/p>
Derretemos em rir (tche do ceu)<\/p>
Desaguei a chorar<\/p>
E no tempo que me contrariava<\/p>
Ainda quando lagrimas eu restava<\/p>
Proclamavas tua sinceridade<\/p>
Diante da minha entrega<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Acordo outra vez incessante<\/p>
Com meu riso tragando o ar<\/p>
E relembro aquelas vezes que rimos juntos<\/p>
Sofregos risos pr\u00f3ximos do fim<\/p>
Quando me aplaudia seu \u00e9ter esvoa\u00e7ando sobre meu corpo<\/p>
Enquanto sedenta de tua pele me apresentava nua<\/p>
Nua de todos meus por\u00e9ns<\/p>
Mas que, t\u00e3o logo sua aus\u00eancia, se alicer\u00e7avam novamente em meus p\u00e9s como uma ancora<\/p>
Distante a tua presen\u00e7a<\/p>
Distante o teu aplauso<\/p>
Ap\u00f3s o abandono da certeza que o deleite me apresentava t\u00e3o doce<\/p>
Mas basta um sinal seu, marinheiro<\/p>
E estarei eu a postos neste mar, barco errante<\/p>
Livre de minhas ancoras<\/p>
Esperando com a indel\u00e9vel certeza do seu amor.<\/p>
Que sim, sempre tive, n\u00e3o h\u00e1 duvidas<\/p>
E aquelas \u00e2ncoras, imagin\u00e1rio long\u00edquo<\/p>
Por pouco n\u00e3o abandonado por inexistente<\/p>
De uma tristeza que passou por mim e da qual apenas me recordo pela vaga lembran\u00e7a\u00a0<\/p>
Dos inapag\u00e1veis momentos sem voce.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
N\u00e3o tenho medo<\/p>
Mentira<\/p>
E era apenas uma crian\u00e7a<\/p>
Aqui<\/p>
Perdida<\/p>
Que ditava todo o meu compasso<\/p>
Hoje eu nasci de novo<\/p>
Como se nasce todos os dias<\/p>
Mas me dei conta<\/p>
E sou outra<\/p>
Como uma crian\u00e7a que cresceu e ficou grande e nem se viu<\/p>
Porque os dias foram simplesmente passando<\/p>
Hoje tenho uma carne fraca<\/p>
Mas uma mente forte<\/p>
Os meus defeitos<\/p>
Continuam todos presentes<\/p>
Mas sei onde est\u00e3o<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Foi ontem<\/p>
Que berravam na janela certas cores<\/p>
Mas eu n\u00e3o queria ver<\/p>
Saltavam aos meus olhos luzes<\/p>
E no meu canto s\u00f3<\/p>
Fui me tornando um vaga-lume<\/p>
Sustentado pela pr\u00f3pria luz<\/p>
E andava pelo mundo enfeitando a noite<\/p>
Provendo tudo com minha eloquente ilustra\u00e7\u00e3o<\/p>
Com meu canto de cigarra<\/p>
Doce e melanc\u00f3lico<\/p>
Mas denso e profundo<\/p>
Necess\u00e1rio<\/p>
Ent\u00e3o veio voc\u00ea, vi\u00e7o quente<\/p>
E me deu a m\u00e3o<\/p>
E ficamos de m\u00e3os dadas por um tempo<\/p>
E ent\u00e3o todo um mundo apareceu na minha frente<\/p>
Outras tantas coisas da vida<\/p>
Tantas outras lindas cores<\/p>
Que a mim, de s\u00fabito, tornaram-se pertencentes<\/p>
E eu,<\/p>
Um mero vaga-lume<\/p>
Tornei-me estrangeiro<\/p>
Onde est\u00e1 meu canto\u00bf<\/p>
Perguntou a cigarra<\/p>
E nem havia espelho para me lembrar de minha pr\u00f3pria luz<\/p>
Acordei s\u00f3<\/p>
Num mundo completo<\/p>
Cheio de pessoas<\/p>
Procurando a sua aquecida m\u00e3o no ar vazio desta gal\u00e1xia t\u00e3o grande e espa\u00e7osa<\/p>
Onde este fr\u00e1gil e destemido vaga-lume veio a habitar<\/p>
Lembro-me, tenho luz, e canto<\/p>
E que a cada dia, mais quanto, menos pranto<\/p>
Nem tanto menos<\/p>
Mas mais canto<\/p>
Cada dia mais canto<\/p>
Desta cigarra chorosa<\/p>
D\u00e1-me o vi\u00e7o quente e gratuito que ele \u00e9 meu manto<\/p>
D\u00e1-me o vi\u00e7o que, com teu calor, de vaga-lume posso me tornar sol.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Se sei algo de mim<\/p>
\u00c9 a dor que me corr\u00f3i por dentro<\/p>
O excesso de pensamento que me confunde<\/p>
A incompreens\u00e3o sobre as coisas do amor<\/p>
A tentativa de fazer acontecer<\/p>
Se sei algo de mim<\/p>
Que me prove o contr\u00e1rio a vida<\/p>
Mas acredito que a morte morrida<\/p>
\u00c9 daquilo que nunca se viveu<\/p>
No mais<\/p>
Sobram peda\u00e7os<\/p>
Que sou eu<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Que sinto por ti<\/p>
Sen\u00e3o a densidade de caminhar<\/p>
novamente por este rio<\/p>
cuja margem conhe\u00e7o<\/p>
deveras<\/p>
e cujo leito me incitas a navegar<\/p>
mas que pedras cont\u00e9m este fundo que te sustenta?<\/p>
Inspira-me o conforto que em tuas \u00e1guas calmas me aquece<\/p>
A for\u00e7a com que assenta minha tempestade<\/p>
Que pedia brisa e chuvisco<\/p>
Mas se tornou seca<\/p>
Chama sol de novo a tempestade<\/p>
Que por j\u00e1 ter ido vem outra<\/p>
Mais impetuosa e mais salgada<\/p>
Pela \u00e1gua do mar<\/p>
Mas vem desejando-te rio<\/p>
sem tuas pedras<\/p>
por onde escorre meu furor<\/p>
e fica<\/p>
impregnado de dor.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Ainda que eu fosse um anjo<\/p>
Tal seria minha coragem de ser humano<\/p>
Revoltas repassadas em meu quarto<\/p>
Sorrisos soturnos aprisionados no meu sono<\/p>
Quadrados cortados milimetricamente<\/p>
Desejos guardados encaixotados<\/p>
Seria sorte de ser um anjo<\/p>
Que n\u00e3o guarda<\/p>
Que enfrenta a pr\u00f3pria humanidade<\/p>
D\u00e1-me coragem de ser humano<\/p>
Liberto do medo do desprender das seguran\u00e7as<\/p>
Liberto da rede que tenho<\/p>
Do que nem sei se desejo<\/p>
Se \u00e9 desejo de sorte que vem da<\/p>
Institui\u00e7\u00e3o que sobra do medo<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Aquilo que penso<\/p>
D\u00e1-me o que n\u00e3o posso saber<\/p>
Quanto mais convicto.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Conhe\u00e7o de mim a fronte,<\/p>
Que enfrenta.<\/p>
A infantaria.<\/p>
Conhe\u00e7o de mim a defesa,<\/p>
Que faz forte.<\/p>
O que devo ser.<\/p>
O medo que torna o meigo vergonhoso.<\/p>
\u00c9 a minha hist\u00f3ria (gera\u00e7\u00e3o e mem\u00f3ria)<\/p>
Conhe\u00e7o de mim o que vi<\/p>
A que sou apta<\/p>
E n\u00e3o gosto tudo.<\/p>
Conhe\u00e7o de mim o que ama porque \u00e9 forte<\/p>
O que defende.<\/p>
Que \u00e9 por fora.<\/p>
Mas conhe\u00e7o o que busco<\/p>
A fr\u00e1gil e meiga<\/p>
A m\u00e3e<\/p>
Que cuida<\/p>
E \u00e9 forte porque ama.<\/p>
Conhe\u00e7o de mim a revolta<\/p>
Sufocada por amor.<\/p>
Criada. (como todos meus s\u00edmbolos)<\/p>
A culpa pelo pensamento<\/p>
Conhe\u00e7o de mim a ang\u00fastia<\/p>
Das horas em que \u201cconhe\u00e7o\u201d mais do que suporto.<\/p>
Por dentro.<\/p>
Conhe\u00e7o de mim a vontade da mulher<\/p>
(que n\u00e3o existe), (amada como tal)<\/p>
Conhe\u00e7o de mim o que busco<\/p>
Porque n\u00e3o tenho e sonho<\/p>
E por isso \u00e9 bom.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t
Ainda que forte, errante<\/p>
Ainda que brusco, tocante<\/p>
Ainda que insano, real.<\/p>
Amor.<\/p><\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t