{"id":151,"date":"2018-01-21T13:41:22","date_gmt":"2018-01-21T13:41:22","guid":{"rendered":"https:\/\/atinaliteratura.com.br\/?page_id=151"},"modified":"2018-05-16T19:25:31","modified_gmt":"2018-05-16T21:25:31","slug":"estilo-literario","status":"publish","type":"page","link":"https:\/\/atinaliteratura.com.br\/estilo-literario\/","title":{"rendered":"ESTILO LITER\u00c1RIO"},"content":{"rendered":"\t\t
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N\u00e3o \u00e9 sempre poss\u00edvel ao autor, em si, identificar o lugar de fala de sua obra, muitas vezes porque nem sempre o estilo que alcan\u00e7a, por ser-lhe intuitivamente inerente, ainda que inspirado, reflete aquilo que ele mesmo admira e entende como um caminho liter\u00e1rio a seguir. Nesse prisma intuitivo encontram-se as particularidades de toda sua exist\u00eancia, seu inconsciente individual e o coletivo, parte da fisiologia hist\u00f3rica e social em que se insere e para a qual ir\u00e1 apontar sua edifica\u00e7\u00e3o liter\u00e1ria. Nesses tempos, ainda que superadas a idealiza\u00e7\u00e3o rom\u00e2ntica e a cr\u00edtica realista pelo foco liter\u00e1rio, elas n\u00e3o devem ser desprezadas, como parte indispens\u00e1vel do p\u00f3s moderno, estando presentes na pr\u00f3pria natureza da intui\u00e7\u00e3o, alhures apontada. N\u00e3o obstante, o determinismo n\u00e3o \u00e9 visto como absoluto e paralisante. Nesse contexto, a obra que se apresenta tende a apontar na dire\u00e7\u00e3o de uma cren\u00e7a, semeada por Rilke no s\u00e9culo XX ao menos em duas oportunidades: em Cartas de amor ao jovem poeta e em Sonetos a Orfeu. Rilke assimila a tristeza, como o estrangeiro que adentra ao homem sem ser convidada e de quem ele se apropria, transformando-a:”O destino nos mede, talvez, com o metro do ser, por estranho que se o tenha”*1. Rilke, apesar do sofrimento existencialista inerente a esses textos, apresenta a possibilidade de um papel ativo do ser nesse processo: “Muitas pessoas n\u00e3o perceberam o que delas saiu, porque n\u00e3o absorveram o seu destino enquanto viviam, nem o transformaram em si mesmas”*2; “Talvez todos os drag\u00f5es de nossa vida sejam princesas que aguardam apenas o momento de nos ver um dia belos e corajosos. Talvez todo horror, em \u00faltima an\u00e1lise, n\u00e3o passe de um desamparo que implora o nosso aux\u00edlio”*2. A cren\u00e7a que emerge na proposta liter\u00e1ria que se apresenta, dado esse contexto explicativo, \u00e9 aquela na capacidade de o sujeito, em alguma medida, ser condutor do pr\u00f3prio destino. \u00c0 vista da vida liquida desvelada por Bauman, e das diversas formas de mal estar social apontadas desde Freud*3, os tempos em que se vive (em meu espa\u00e7o particular de exist\u00eancia) s\u00e3o tempos em que o foco n\u00e3o est\u00e1 no inalcan\u00e7\u00e1vel sonho t\u00e3o grande e t\u00e3o distante, tampouco na limita\u00e7\u00e3o do humano, ante um ceticismo e um determinismo absolutos. A postura liter\u00e1ria apresentada reflete, diante disso, uma tend\u00eancia ao poss\u00edvel, ao realiz\u00e1vel, n\u00e3o dentro de uma perspectiva ilus\u00f3ria, mas a partir das ferramentas da resili\u00eancia. Talvez uma resili\u00eancia pr\u00f3pria desse mundo cient\u00edfico, desconfort\u00e1vel, mas l\u00edquido, plural e muito livre. A liquidez, aqui, assume seu car\u00e1ter positivo, como pr\u00f3prio da resili\u00eancia, assim como a pluralidade, que \u00e9 vista dentro de um contexto de inspira\u00e7\u00e3o pelo papel do outro, e n\u00e3o de conflito, \u00e0 revelia das coet\u00e2neas formas dist\u00f3picas de utiliza\u00e7\u00e3o da democratiza\u00e7\u00e3o da voz, essa inerente ao contexto social tecnol\u00f3gico desses tempos. A partir desse ponto de vista, o psicol\u00f3gico, o fant\u00e1stico, e mesmo as pitadas de maravilhoso*5, tomados como ferramentas de escrita, s\u00e3o voltados de modo particular para essa forma de ver o mundo. O mundo do destino que escolho e que realizo, e no qual me realizo, dentro de um universo poss\u00edvel. Poderia chamar essa forma de constru\u00e7\u00e3o de Literatura da resili\u00eancia, mas melhor deixar sem nome por enquanto, para n\u00e3o se liquefazer.<\/p>

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p.s. Nota sobre o pluralismo: O pluralismo aqui \u00e9 problematizado sob o aspecto da coexist\u00eancia com um outro, pelo que em sua humanidade se transp\u00f5e e une (n\u00e3o unifica),a partir do pressuposto de que cada manifesta\u00e7\u00e3o plural deve ser respeitada, e mesmo apropriada, na constru\u00e7\u00e3o de um entendimento que dele se enrique\u00e7a. Nossa perspectiva n\u00e3o enfatiza, portanto, o multicultural regionalista ou nacionalista, pr\u00f3prios dos intuitos de preserva\u00e7\u00e3o. Isso n\u00e3o decorre de uma nega\u00e7\u00e3o de seu valor, ao contr\u00e1rio, se reconhece o grande valor especialmente no campo liter\u00e1rio, em que a riqueza de cada manifesta\u00e7\u00e3o cultural \u00e9 polinizada.<\/p>

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Para bibliografia das cita\u00e7\u00f5es, vide p\u00e1gina de refer\u00eancias<\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t

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